Primeira Aula
Não há duvida de que os sons são anteriores ao homem. Sons diversos são produzidos, quando o vento atravessa um canavial, quando as águas de um rio correm entre as pedras ou quando os pássaros gorjeiam, os sons da natureza, no entanto, são gratuitos carecem de intenção musical; podemos interpreta-los como se fossem música, mas não o são. O vento soprando através de um tronco oco produz sons, mas só quando o homem descobriu esses sons e começou a produzi-los voluntariamente a música foi criada.
ORIGEM DO CONTRABAÍXO ELÉTRICO
No final dos anos 40, alguns baixistas, antes limitados a enormes instrumentos acústicos, começaram a instalar captadores improvisados e ligá-los em amplificadores adaptados para terem seus instrumentos com a sonoridade ampliada, uma vez que esses contrabaixos acústicos apresentavam alguns inconvenientes para pequenas formações musicais por causa de seu tamanho e sua baixa sonoridade - se comparado com a guitarra elétrica, o que obrigava esses instrumentistas a colocar microfones para uma amplificação maior do instrumento.
Baseado nisso, Clarence Leo Fender, perito em eletrônica de rádios e criador da guitarra elétrica que levava seu nome, começou a trabalhar num protótipo de baixo elétrico, em 1950. O primeiro contrabaixo maciço dele, o Fender Precision, entrou em produção em 1951. Em apenas dois anos, o instrumento ha¬via se transformado em grande sucesso. O nome Precision foi escolhido porque possuía trastes na escala, ao contrário do seu antecessor, o acústico, permitindo que as notas fossem obtidas com "precisão". A resposta da Gibson ao novo instrumento apareceu em 1953, com o lança¬mento do EB 1. Seu corpo possuía a forma de um violino e era feito de mogno maciço. Um engenheiro da empresa, chamado Seth Lover, em 1955, inventara o captador humbucker que eliminou os ru¬ídos característicos dos captadores de úni¬ca bobina, chamados de single coi. A partir de então, o humbucker passou a ser utilizado nas guitarras elétricas e anos mais tarde, a Gibson também usaria esse sistema em seus contrabaixos.
Daí em diante, por causa dos avanços tecnológicos, o baixo elétrico passou por inúmeras melhorias com relação ao tipo de captação e circuitos eletrônicos, construção, madeiras empregadas, pontes e tarraxas, até chegar aos dias atuais.
O funcionamento genérico de um contrabaixo elétrico e maciço consiste em corpo e braço fabricados em madeira, so¬bre os quais, quatro, cinco ou seis cordas de aço repousam sobre dois apoios, cha¬mados de ponte e capo traste. Elas são ten¬cionadas pelas tarraxas até que atinjam a afinação desejada.
Os captadores são colocados sob essas cordas e absorvem diretamente suas vibrações, transformando-as em impulsos elétricos de corrente alternada, que são levados ao amplificador, que por sua vez transforma essa energia em ondas sonoras.
A diferença entre o contrabaixo elétrico e o acústico no quesito qualidade sonora é que o primeiro, por possuir o corpo sólido, não proporciona microfonias quando cap¬tado. Já os acústicos, quando sua sonoridade é capturada, seja por captadores ou microfones, causam uma realimentação sonora, oriunda de vibrações do seu próprio tampo, gerando assim a microfonia, devido à ressonância do seu corpo oco.
Contrabaixos acústicos ou semi-acústicos são preferidos para a execução de arranjos orquestrais, em espetáculos acústicos ou ainda para estudos.
Se a idéia de um corpo maciço trazer tantas vantagens com relação à so-noridade fosse levada ao extremismo, a conclusão lógica seria construir um instrumento feito em concreto ou chumbo, para que o captador não sofresse nenhuma realimentação ou vibração indesejável. Contudo, por meio de experiências com protótipos, os primeiros fabricantes chegaram à conclusão que com madeiras duras e densas, reduziriam esses problemas a níveis bastantes aceitáveis e ainda proporcionariam ressonâncias enriquecedoras ao timbre do instrumento.
CONHECENDO A ANATOMIA DO CONTRABAIXO
MÚSICA
Música é a arte de organizar sons, ela é formada por três elementos melodia, harmonia e ritmo, cada um têm uma função especial.
Melodia é a combinação de sons sucessivos. De forma simples, é o que é cantado.
Harmonia quando são tocados vários sons diferentes ao mesmo tempo, combinando-se entre si.
Ritmo é o “andamento” da música, combinando sons mais rápidos com mais lentos.
ESCALA
Escala: sucessão de notas separadas por tons ou semitons.
Escala natura: Dó, Ré, Mí, Fá, Sol, Lá, Sí.
C D E F G A B
Escala cromática: Dó, Dó#, Ré, Ré#, Mí Fá, Fá#, Sol, Sol#, Lá, Lá#, Sí.
C C# D D# E F F# G G# A A# B
Obs: Os tons Mí (E) e Si (B) não possuem sustenidos.
CIFRAS
São símbolos usados para representar os acordes, e são compostos de letras, números e sinais.
Em cifras substituímos os nomes Lá, Sí, Dó, Ré Mí, Fá, Sol pelas sete primeiras letras, maiúsculas, do alfabeto. Lá (A), Sí (B), Dó (C), Ré (D), Mi (E), Fá (F), Sol (G).
Os sinais b e # aparecem depois da letra maiúscula ex: A# Lá sustenido maior, A b Lá bemol maior, A#m Lá sustenido menor, Abm Lá bemol menor. Podem aparecer, também, antes do número que indica o grau a ser alterado ex: C7(11#) Dó com sétima e décima primeira aumentada, C7(13b) Dó com sétima e décima terceira menor.
Sustenido (#) eleva a nota um semitom.
Bemol (b) abaixa a nota um semitom.
Semitom é a menor distância entre dois sons.
Tom é o intervalo formado por dois semitons.
Exercício:
1) Escrever a escala natural três vezes usando as cifras.
Ex: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.
C D E F G A B
2) Escrever a escala cromática três vezes usando a cifra.
Dó, Dó#, Ré, Ré#, Mi Fá, Fá#, Sol, Sol#, Lá, Lá#, Sí.
C C# D D# E F F# G G# A A# B
Lembre-se os tons Mi (E) e Si (B) não possuem sustenidos.
3) Escrever no braço do contra-baixo a escala cromática em cada corda usando as cifras.
4) Treinar as seqüências abaixo para exercitar as articulações dos dedos.
Lembrando a numeração dos dedos:
1 Indicador 2 médio 3 anelar 4 mindinho
1 2 4 3 2 4 3 1 3 1 4 2 4 1 3 2
1 3 2 4 2 3 1 4 3 2 1 4 4 2 1 3
1 3 4 2 2 3 4 1 3 2 4 1 4 2 3 1
1 4 3 2 2 1 4 3 3 4 1 2 4 3 1 2
1 4 2 3 2 4 1 3 3 4 2 1 4 3 2 1
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